"Jovem sem voz, é idoso sem historia"

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Candidatos X vagas - Por Luiz o PT




Falta pouco mais de um ano para as eleições municipais. Alguns estranham o  grande número de pessoas que pretendem se candidatar no próximo pleito. Bom ou ruim para a população? A resposta, como sempre, depende do posicionamento político daquele que vai avaliar o número de candidatos e, até mesmo, a qualidade dos postulantes. Viver em sociedade é fazer política 24 horas por dia porque o ser humano é um animal social e político. E fazer política é optar por um lado do conflito inerente a toda sociedade democrática. Toda democracia é repleta de conflitos de interesses. Cada qual defende seu interesse particular, mas a civilização exige que se estabeleça um pacto entre as partes em conflito, para que a convivência  seja possível. Escolher de que lado ficar é fazer política no seu sentido maior.
Um anarquista- individualista por natureza- adoraria, levando ao extremo sua ojeriza ao sistema representativo, que todos os moradores de Tamoios fossem candidatos na próxima eleição. No seu delírio anarquista imaginaria quase 70 mil tamoienses (tirando crianças e adolescentes) candidatos a vereador. Levando esse raciocínio ao absurdo, seria o mesmo que não participar da eleição, já que cada candidato só teria o seu próprio voto e todos estariam eleitos e não-eleitos ao mesmo tempo. Não seria o mesmo que defender o voto nulo?
Estes raciocínios levados a extremos servem para nos mostrar que o número de candidatos é o que menos importa. O mais importante é que surjam candidatos- mesmo que em pequeno número-  que se posicionem do lado do mais fraco no confronto inerente às sociedades democráticas, contra as injustiças sociais, pela defesa intransigente das minorias discriminadas e pela melhoria da qualidade de vida da maioria da população. Já falaram que democracia é a ditadura de maioria sobre a minoria, mas não é bem assim porque, numa democracia verdadeira, os direitos das minorias precisam ser respeitados.  
O aumento do número de vagas para vereador- desde que não signifique aumento de despesa do legislativo, como está previsto- seria positivo porque aumentaria as chances de elegermos um vereador com as qualidades citadas. Mesmo que não consigamos, não importa, porque o importante é o aprendizado. Se aprende a votar, votando. Temos ainda uma longa trajetória- tivemos muito pouco tempo de democracia na nossa história-  para nos igualarmos às velhas democracias européias.
Muitos candidatos e mais vagas contribuiriam muito para esse aprendizado. E aprender a ser democrata é fundamental para se construir uma sociedade justa, igualitária e fraterna.

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